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Aloysia Graça Costa Unfried

Desde 2019, Aloysia Unfried percorre a maratona para vencer o câncer de pele. Durante toda a trajetória, se manteve forte e persistente e se agarrou na fé. Em 2022 recebeu seu último diagnóstico, já sem medicamentos, de que estava livre de qualquer lesão, retornou às corridas e a vida voltou a ter um sabor mais doce. 

 

Leia abaixo o depoimento completo de Aloysia,

 

O meu caso de melanoma foi na face. Eu tinha uma pinta que começou a me incomodar devido à sua coloração, porém, dermatologistas não apontaram como um melanoma por ela não ter as características de um. Mesmo assim, em 2018, decidi retirar a pinta. Naquela ocasião, enviamos uma amostra para que fosse feita a biópsia no laboratório da minha cidade, e o laudo veio como “Negativo”.

 

Porém, em 2019 a pinta apareceu novamente no meu rosto. Realizando o acompanhamento dermatológico, decidimos removê-la. Neste momento, me sentia tranquila por não se tratar de um câncer, de acordo com o laudo passado. De todo modo, para garantir, enviamos a amostra desta pinta para outro laboratório e surpreendentemente recebi o laudo “Positivo” para melanoma. 

O início da minha maratona

Foi então que iniciei uma maratona para entender o que estava acontecendo comigo. Descobrimos, após resgate de lâminas da primeira biópsia, que aquele caso já era de melanoma, mas menos invasivo que o último exame.

A Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons (PET) mostrou a necessidade de realizar uma abordagem cirúrgica para este tratamento, no início de 2020. E não por acaso, no dia 03 de janeiro: o dia do meu aniversário. Eu tive a certeza de que Deus me deu uma nova chance de vida.

O processo foi complexo: a cirurgia foi muito grande. Tive perda de função de alguns nervos atingidos e do tecido muscular e, por isso, a recuperação foi bastante tensa para mim. Mas, nada conseguia parar a vontade que eu tinha em viver, e segui para a próxima fase.

Considero que, em março, passei por uma das piores fases de tratamento, com 22 radioterapias em face. Isso gerou em mim dificuldades para engolir, devido à mucosite, causando muita dor, perda de peso e paladar. Não foi fácil, mas consegui vencer o processo e passamos para a luta em busca da imunoterapia.

 

Os obstáculos vencidos pela fé

Apesar de, geralmente, encontrarmos dificuldade em conseguir a liberação para o tratamento com a imunoterapia, em abril conseguimos este feito e foi aí que iniciei os ciclos. Quando pensei que as coisas iriam se acalmar, tive uma surpresa: alterações no meu exame de sangue demonstraram a necessidade de realizar uma nova PET que indicou metástase em fígado, baço, ossos e bacia;

 

Nesta fase, não consegui expressar o que sentia. Era um turbilhão de emoções dentro de mim que não se organizavam para que eu conseguisse me manter focada, como inicialmente estava. Mais uma vez, me apeguei à fé, em um Deus que é maior que qualquer dor. 

 

Ainda por cima, passávamos por uma fase em que a pandemia castigava os pacientes oncológicos, uma vez que os abraços eram mais restritos. Mas, os poucos que recebi, me confortaram.

 

Foi essa fé e um propósito muito maior que me fez seguir com a imuno a cada 22 dias,  em uma cidade há quase 400 km de onde eu morava. Em setembro, decidimos realizar uma nova PET, que mostrou não mais existir lesões, apenas uma imagem em fígado suspeita. 

Gratidão

Foi neste momento, de ter o diagnóstico sem lesões em mãos, que entendi o motivo de ter ficado tão forte e persistente durante toda essa maratona. Esta era minha maior motivação. Nada que impediria a minha cura conseguiu me derrubar. E tudo se transformou em gratidão. 

Em dezembro de 2020, a nova PET foi “limpa”. Sem nenhuma lesão, retornei às corridas e a vida voltou a ter um sabor mais doce. Seguimos com o tratamento com a imuno por dois anos, que se seguiu até abril de 2022. Há pouco tempo, realizei mais uma tomografia computadorizada para acompanhamento, após 1 ano sem medicação. E está tudo bem!

 

Apesar do medo ainda existir, continuo agarrada naquela fé. È ela que me faz levantar todos os dias e lembrar que tudo tem um motivo. Tenho certeza que esse medo momentâneo, logo se transformará em gratidão novamente. 

E nesta jornada, espero que consiga lançar um sementinha de esperança nos corações de quem enfrenta o melanoma. Chore, muito se precisar, respire e siga. Algo bom vai acontecer, aconteceu comigo! Esse melanoma nunca foi meu, não será nosso.

Resiliente, resistente e grata sigo respeitando o processo.

 

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