Estudo mostra que imunoterapia neoadjuvante diminui chance de recorrência do melanoma

O melanoma foi um dos grandes destaques da reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que terminou no dia 4 de junho em Chicago (EUA). O estudo Nadina, apresentado na sessão plenária, trouxe novos paradigmas para a pesquisa com imunoterápicos, ao apontar que a imunoterapia neoadjuvante pode diminuir a chance de recorrência da doença.

Idealizado e conduzido por pesquisadores holandeses, o Nadina é um estudo de Fase 3 que acompanhou dois grupos de pacientes de melanoma estágio III com linfonodos positivos. Um recebeu o tratamento padrão, que consiste na remoção dos linfonodos locais, seguida de um ano de tratamento adjuvante com nivolumabe ou terapia direcionada. O outro grupo recebeu imunoterapia neoadjuvante (antes da cirurgia):  ipilimumabe e nivolumabe. Caso não houvesse resposta completa ou quase completa, o grupo poderia receber imunoterapia adjuvante (após a cirurgia).

Os resultados foram animadores. Em 59% dos pacientes que receberam o tratamento neoadjuvante, o tumor desapareceu ou diminuiu significativamente, sem necessidade de terapias adicionais após a remoção cirúrgica do tumor. Um ano depois, quase 84% dos pacientes permaneciam livres de tumor. Entre o grupo tratado com a terapia padrão, o percentual foi de 57%. Em três anos, os pesquisadores esperam saber se os resultados positivos se mantêm.

Marcos na imunoterapia neoadjuvante para melanoma

Classificado pela revista Nature como um dos 11 estudos que terão maior impacto nos cuidados de saúde este ano, o Nadina deve se tornar um modelo para outros estudos sobre imunoterapia neoadjuvante. Quem pontuou isso foi o Dr. Christian U. Blank, um dos autores, durante a apresentação na sessão plenária. O trabalho estabelece três marcos importantes:

  • É o primeiro estudo de Fase 3 para melanoma em estágio III que compara a imunoterapia neoadjuvante e adjuvante, sendo a última o padrão atual de tratamento.
  • É a primeira pesquisa sobre melanoma que adapta a administração da terapia adjuvante à resposta do paciente.
  • Por fim, é o primeiro estudo Fase 3 de toda a Oncologia a avaliar um regime de neoadjuvância que consiste apenas de imunoterapia, sem quimioterapia adicional.

Mudanças

O Nadina aborda um regime terapêutico que pode ser aplicado imediatamente e muda a forma como o melanoma é tratado. Além disso, o novo regime terapêutico pode reduzir o custo do tratamento.

Receba nossa newsletter

Newsletter

Explore outros temas

Seja um voluntário do Instituto

Faça parte do nosso banco de voluntários. Clique abaixo e preencha um formulário com seus dados e entraremos em contato para que você possa participar, com seus talentos, de ações desenvolvidas pelo Melanoma Brasil.

small_c_popup.png

Cadastre-se

Receba nossa newsletter

Newsletter