Eu senti na pele – Léo Montanheiro

Ninguém está preparado para receber o diagnóstico de uma doença grave. Muito menos se esse diagnóstico for de um filho. A seguir vocês vão conferir o relato de um pai que passou por esse processo e admite que a “ficha demorou para cair” e que após tomar ciência da gravidade do fato, temeu a morte de sua filha. O depoimento da edição de Agosto, mês em que comemoramos o Dia dos Pais, é com Léo Montanheiro, pai da Rebecca, presidente e fundadora do Instituto Melanoma Brasil.

“A Rebecca sempre foi muito independente. Saiu de casa aos 17 anos para estudar. Passou no vestibular e trocou Santo Antônio da Platina por Foz do Iguaçu, onde mora e trabalha atualmente. Admito que gostaria que ela desse mais trabalho, mas não. Sempre foi uma filha muito responsável e determinada, capaz de tocar seus projetos e resolver seus problemas de modo independente. E foi assim quando ela recebeu o diagnóstico de melanoma. No primeiro momento, guardou a descoberta para si e ocultou da família por um tempo. Como a doença era algo totalmente desconhecido há cinco, seis anos… ela pesquisou, realizou exames, fez praticamente tudo sozinha. Lembro desse processo acontecer em um final de ano. Ela veio passar o período de festas conosco, já estava sabendo de tudo, mas foi embora sem nos contar nada para não nos preocupar. Somente depois que estava totalmente ciente da gravidade é que se abriu. Nossa família nunca tinha ouvido falar de melanoma. Sabíamos dos casos de câncer de pele, mas como a maioria das pessoas, achávamos que com um simples tratamento, tudo seria facilmente resolvido. E admito que, por total desconhecimento, não levei muito a sério. Já a mãe, não. Acompanhou a Rebecca em algumas consultas e foi numa dessas consultas, em Curitiba, que eu participei e minha ficha caiu. Tomei consciência de que estava fazendo pouco caso de algo gravíssimo. Tenho comigo, que decepcionei a Rebecca em alguns momentos, por não acreditar que ela estivesse com uma doença grave e só tomar ciência após ouvir da boca de um médico. A partir deste momento, começamos a pesquisar sobre melanoma e de tudo que li, relatos muito negativos e diagnósticos sem perspectivas de cura, cheguei a temer a morte da minha filha.Felizmente as coisas foram se ajustando. Ela iniciou um tratamento intensivo, passou por cirurgia e todos os processos foram bem sucedidos. Com isso fui acalmando. Mas outra dor de cabeça começou, foi quando ela decidiu fundar a ONG.  Fui contra, pois achava que aquilo seria mais um problema para ela. Fiquei com medo de ela sofrer ainda mais, vendo outras pessoas sofrendo e a doença piorar. Demorei a me acostumar com a ideia. Mas hoje vejo como estava enganado. Ao invés de sofrer, a ONG e, o fato de ajudar outras pessoas que passaram ou estão passando o mesmo que ela passou, a deixou mais forte. Tenho muito orgulho do quanto minha filha está contribuindo e atuante na divulgação e conscientização sobre o melanoma. Com o trabalho do Instituto Melanoma Brasil ela está salvando muitas outras vidas”.

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