Ana Luiza Penha

A administradora Ana Luiza Penha viveu o desafio de descobrir um melanoma extensivo superficial com apenas 23 anos.

 

A administradora Ana Luiza Penha viveu o desafio de descobrir um melanoma extensivo superficial com apenas 23 anos. Veja o que ela conta sobre essa experiência.

 

“Me chamo Ana Luiza Paez Dib Penha. Tenho 23 anos e trabalho com eventos para médicos em uma empresa de tecnologia. Me formei este ano em Administração pela UNESP e moro em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Sempre adorei praia, mas só com protetor solar. Há mais ou menos um ano, cultivo o hábito de usar protetor solar todos os dias. Sou muito branca e tenho várias sardas, qualquer solzinho me deixa toda vermelha. 

Em maio deste ano, reparei em uma manchinha rosada no meu tórax, próxima ao ombro esquerdo. A mancha não coçava e nem doía, mas tinha certo relevo e eu sentia um incômodo no local, por ser exatamente onde pega o top da academia. Todos a quem mostrei me disseram que parecia uma picada de inseto e me recomendaram consultar um médico dermatologista. Só consegui agendar o dermatologista do convênio para o começo de julho. Como tinha certeza de que não era nada demais, segui despreocupada.

Câncer de pele

No dia da consulta, após um exame minucioso da minha pele, a médica disse: “É um câncer.” Entrei em choque e não conseguia escutar quase nada. Lembro de ela falar que era o mais “bonzinho” de todos os tipos de câncer de pele, mas seria preciso remover cirurgicamente mesmo assim. Estava sozinha no consultório e sai completamente desnorteada: câncer? Como assim?

Conversei com meus pais e decidimos escutar uma segunda opinião. No dia seguinte, visitamos um médico indicado por meu tio: Dr. Ederson Valei Lopes de Oliveira. Dessa vez fomos eu, meu pai e minha mãe. Ao nos ver juntos, o médico intuiu a preocupação e tentou nos tranquilizar: Esses problemas de pele assusta, mas nós vamos cuidar dela”. Essas palavras me acalmaram bastante e emocionaram meus pais.

Dr. Ederson se preocupou com o fato de ser uma lesão recente, de aspecto perolado. Ela se assemelhava bastante a um carcinoma basocelular, o tumor cutâneo mais comum, mesmo assim era preciso remover a lesão e enviar para biópsia. Sai de lá bem mais tranquila.

Três dias depois, fizemos a remoção cirúrgica no próprio consultório do Dr. Ederson. 
Estava bastante nervosa, pois nunca tinha sequer levado pontos, mas tanto o procedimento como a recuperação foram bastante tranquilos.

Melanoma extensivo superficial

Quase 20 dias depois. Dr. Éderson fez uma chamada de vídeo para esclarecer sobre o resultado do exame de imuno-histoquímica. Ficamos sabendo que a “manchinha” era um câncer melanoma extensivo superficial e que seriam necessários novos exames.  Ele nos procurou pois teve receio de que recebêssemos o resultado do laboratório e nos apavorássemos com informações encontradas no “Dr. Google.”  Nos tranquilizou e disse que seguiria cuidando de mim.

Meu corpo gelou. Entrei novamente em choque, tremia só de pensar em fazer os exames de ultrassom e raio-x. Será que o câncer tinha se espalhado? Contrariando o doutor, corri para pesquisar na internet. Nunca tinha ouvido falar sobre melanoma. De cara, vi que se tratava do câncer de pele mais grave, justamente o oposto do que aparentava ser minha lesão. Provavelmente, tenho um melanoma do tipo amelanótico, sem pigmento, com aparência bem diferente do convencional.

Os exames, graças a Deus, deram negativo!  Dr. Ederson, me encaminhou a um oncologista para estudar a necessidade de ampliação de margem.

Fui ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. A Dra. Fernanda Peria desde o primeiro momento mostrou um super acolhimento. Ela se impressionou por eu ter tido o melanoma tão jovem e sem histórico familiar. Classificou o estágio do meu câncer e foi super atenciosa. Informou que precisaríamos fazer ampliação de margem e pesquisa de linfonodo sentinela.

Espera

Outra cirurgia era o que eu menos desejava, mas não me senti no direito de reclamar. Consultei um cirurgião oncológico, que confirmou a orientação, e estou aguardando o procedimento.  Procuro pensar que eu e minha família (que largou tudo para cuidar de mim) estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance. Mantenho a esperança de que todos os resultados serão negativos e só precisarei fazer acompanhamento.

Confesso que a espera é complicada, parece que dei um “pause” na minha vida. O que nem sempre é ruim, pois às vezes a gente precisa parar, respirar e olhar tudo sob uma nova ótica. Essa experiência muda nossa forma de ver a vida. Meu maior sentimento é de gratidão por ter diagnosticado o melanoma precocemente, isso muda tudo. Também me sinto grata por ter buscado um médico cedo, por ter tido um melanoma em um local visível, que me incomodava ao vestir o top de ginástica. Enfim, pequenas coisas que fazem a diferença.

Hoje continuo usando protetor todos os dias, sem exceção, faça chuva ou faça sol. Reaplico depois do almoço. Além de passar no rosto, comprei um spray para usar no tronco, nos braços e outras áreas expostas. E praia sem ficar de baixo do guarda-sol, nunca mais!

Instituto Melamnoma Brasil

Conheci o trabalho do Instituto Melanoma Brasil logo após a consulta com a Dra. Fernanda. Fiquei encantada com todas as informações, li tudo sobre os direitos, encontrei uma matéria sobre a ampliação de margem, a cirurgia que estou aguardando e li vários relatos de pacientes e familiares.  Foi tão bom encontrar casos semelhantes ao meu, e ver que muita gente já fez o mesmo tratamento. Identificação imediata. Minha família também aproveitou bastante o conteúdo do site e das redes sociais.

Para que está lendo meu relato recomendo: conheça muito bem os sinais do seu corpo. Se notar algo de diferente, procure um médico. O diagnostico precoce fez toda a diferença no meu caso. Além disso, o uso do protetor solar precisa ser incorporado à rotina diária. E não apenas no rosto, mas em todas as regiões expostas.

Por fim, para quem é paciente de melanoma, digo para buscar informações com médicos qualificados e em fontes confiáveis, como o Instituto Melanoma Brasil. Às vezes a gente se desespera ou se assusta com tudo que vemos, mas é importante saber que existem muitas possibilidades.”

 

 

 

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