Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) pode abrir novos caminhos para tratar pacientes com melanoma que adquiram resistência ao medicamento vemurafenibe, terapia-alvo usada no tratamento da doença em estágio avançado.
O estudo foi divulgado no Journal of Cellular and Molecular Medicine e explica que o motivo que faria com que o vemurafenib perdesse sua eficácia diante da doença pode estar associado à expressão desregulada de uma molécula denominada IncRNA U73166.
A molécula em questão seria capaz de interferir na ação de alguns genes ligados ao melanoma, o que diminuiria a resposta do organismo ao tratamento. A IncRNA U73166 é classificada como um RNA longo não codificador, um tipo de RNA que não contém informações para a condução de porteínas, mas interfere na expressão de outros genes. Nunca tinha sido descrita antes com alguma relevância biológica em caso de câncer.
Foram analisadas amostras de melanomas, que mostravam uma presença exagerada da molécula em comparação com melanócitos, células responsáveis pela produção de pigmento da pele, que quando sofrem mutações, provocam o câncer de pele mais perigoso.
Para os pesquisadores, essa expressão desregulada da molécula IncRNA U73166 poderia ser um biomarcador ou um alvo terapêutico para tratar o melanoma. Além disso, também seria possível monitorar a expressão dessa molécula como forma de descobrir se o paciente está se tornando resistente ao tratamento. Ou até desenvolver drogas mais eficazes no futuro.
O estudo completo pode ser acessado aqui.
Com informações da Agência FAPESP