FALA DOUTOR: Entrevista com Dr. Felice Riccardi

É muito comum as pessoas consultarem mais de um médico e só começarem um tratamento quando encontram um profissional que realmente as deixam seguras. A relação médico-paciente é uma interação que envolve confiança, responsabilidade e se tornou essencial para o resultado clínico de qualquer tratamento. O Melanoma Brasil conversou com o Dr. Felice Riccardi, cirurgião oncologista do Hospital Santa Rita (Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre), sobre a importância de se estabelecer uma relação de confiança para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 

 

Melanoma Brasil: Como criar uma boa relação com os pacientes?

Felice Riccardi: Sou oncologista e meus pacientes, independente de estarem passando pela primeira consulta ou retorno, geralmente chegam até mim preocupados e ansiosos. Isso sempre se transfere para o médico, principalmente para aqueles que possuem característica afetuosa. Sou médico há 24 anos e sempre valorizei o lado humano do relacionamento médico-paciente. Procuro deixar meu paciente a vontade para que ele se sinta seguro e confie em mim. Essa confiança do paciente no médico é fundamental para que o tratamento seja bem sucedido.

Melanoma: O médico tem a árdua missão de noticiar um diagnóstico negativo ao paciente. Como o senhor lida com isso?

Felice Riccardi: É muito difícil noticiar ao paciente que sua doença é grave ou progrediu.  Às vezes chego ao consultório e na recepção percebo as pessoas sérias e preocupadas. Neste momento tento tornar o clima mais leve. Brinco, faço um elogio e o paciente já entra no consultório mais leve e até com um sorriso no rosto.

Quando eu era mais jovem, sofria muito pela responsabilidade que carrega um cancerologista. Na época da residência, eu e alguns colegas de faculdade criamos um grupo com psiquiatras para discutir como melhor lidar com esse tipo de situação. Foi difícil e ainda é, mas compreendi que se o médico sofre junto com o paciente, ele não consegue cuidar. Aprendi a lidar com a situação a partir desse momento, mas não me tornei frio, continuo o mesmo médico afetuoso de sempre. Minha missão é fazer o possível para tratar o paciente da melhor forma.

Melanoma Brasil: Ser médico é estar à disposição dos pacientes 24 horas?

Felice Riccardi: O médico nunca pode deixar seus pacientes na mão. Dia desses, recebi uma mensagem às 4h da manhã. Eu acordei, vi que era uma emergência e imediatamente retornei a ligação. Se o paciente me acionou de madrugada é porque precisava de mim. Eu não estava próximo no momento, estava em outro Estado, mas orientei minha equipe e acompanhei todo o processo de longe. Tudo terminou bem e meu paciente se sentiu totalmente amparado e seguro.  As pessoas que estão em tratamento, principalmente as que enfrentam um câncer, precisam se sentir seguras, socorridas. E faz parte da profissão médica proporcionar essa segurança a elas.

Melanoma Brasil: O senhor atua há 24 anos como médico oncologista, qual balanço faz da sua trajetória?

Felice Riccardi: Eu sou um médico realizado. Exerço minha profissão com muito amor. Faço o que estiver ao meu alcance para auxiliar, ouvir e oferecer o melhor tratamento a todos que chegam até mim. Acredito que o tratatamento é parte fundamental para o restabelecimento da saúde de qualquer um, mas a forma como o médico ampara o paciente faz toda diferença. Eu realizo meu trabalho com muito zelo. Amo ser médico.

 

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