Em estudo, nova combinação de drogas mostra bons resultados para melanoma

Combinação de drogas para melanoma mostra resultados promissores em estudo apresentado em abril.

As pesquisas deram mais um passo para transformar uma combinação de drogas para melanoma  em alternativa para uso na primeira linha, ou seja, os medicamentos inicialmente usados no tratamento. Entre 15 e 17 de abril de 2021, o estudo PIVOT-02 (NCT02983045) teve dados de atualização apresentados durante o 10º Congresso Mundial de Melanoma, em conjunto com o 17º Congresso European Association of Dermato-Oncology.

O estudo está na fase I/II, em que são testadas vias de administração e doses em grupos menores de indivíduos. O objetivo foi avaliar a eficácia de nivolumabe mais bempegaldesleucina (BEMPEG; NKTR-214), um agonista da via da interleucina 2 (IL-2) preferencial de CD122, como primeira linha de tratamento em pacientes com melanoma metastático.

Participaram do estudo 41 pacientes com melanoma estágio IV (ou seja, metastático) previamente não tratado, com expressão da proteína PD-L1, biomarcador utilizado clinicamente com foco de investigação na área do câncer. Os pacientes receberam ≥ 1 dose de BEMPEG (0,006mg/kg) mais nivolumabe (360mg a cada três semanas). Dos participantes, 38 pacientes foram avaliados para eficácia. 

Os resultados esperados da pesquisa eram determinar a segurança e a taxa de resposta objetiva (TRO) pelo RECISTv1.1 (critério mundialmente adotado em estudos oncológicos para avaliar a redução e/ou a não-progressão do tumor), segundo uma revisão central independente e cega. Outros resultados esperados incluíram verificar a sobrevida livre de progressão (SLP), sobrevida global (SG) e biomarcadores exploratórios, que ajudam a acompanhar a evolução clínica do paciente. Foram avaliados biomarcadores como linfócitos CD8+ infiltrantes de tumor (TIL) e perfil de expressão gênica de interferon-gama (IFNγ), medidos em biópsias tumorais baseline e analisados ​​para correlação com TRO e SLP. 

Resultados

Em um acompanhamento médio de 29 meses, a TRO (ou seja, redução do tamanho do tumor) foi de 53% (20/38 pacientes) e resposta completa de 34% (13/38 participantes). Além disso, 18 dos 38 pacientes (47%) alcançaram redução de 100% das lesões-alvo, e houve uma redução média no tamanho do tumor desde o início do tratamento de 79%. As medianas de tempo para início de resposta e para resposta completa foram de 2,0 e 7,9 meses, respectivamente. 

A mediana de SLP (sobrevida livre de progressão) na população com intenção de tratar foi de 30,9 meses. A SG (sobrevida global) mediana não foi alcançada. A taxa de sobrevida global em 2 anos foi de 77% (IC 95%: 60 – 87). A segurança foi consistente com relatórios anteriores.  

Os pesquisadores concluíram que a combinação de BEMPEG mais nivolumabe na primeira linha de tratamento teve bons resultados em pacientes com melanoma metastático. As respostas foram profundas e prolongadas, com taxa de resposta completa de 34% e sobrevida livre de progressão mediana de 30,9 meses. Biomarcadores não invasivos para avaliação do tratamento demonstraram um potencial valor preditivo positivo para resposta, antes que a evidência radiológica de progressão tumoral fosse observada.

Um estudo de fase III avaliando BEMPEG mais nivolumabe como primeira linha de terapia no melanoma metastático já está inscrevendo pacientes. Na fase III, os estudos acompanham milhares de pacientes (5 a 10 mil, em geral) por um período maior de tempo, geralmente sendo comparados a outros tratamentos existentes e recomendados para o mesmo problema. Durante esta fase se espera obter maiores informações sobre segurança, eficácia e interação dessas drogas para melanoma.

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