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Animais de estimação também podem ter melanoma*

Nos animais, assim como nos seres humanos, o melanoma é uma neoplasia maligna, que tem origem nos melanócitos, células responsáveis  pela produção de melanina,  pigmento que auxilia no bloqueio dos raios UV. A doença é bem mais comum nos cães do que nos gatos, e afeta normalmente  animais idosos entre 8 e 14 anos, de ambos os sextos.  As raças mais acometidas são: Labrador, Golden Retriever, Poodle, Schanuzer e os integrantes do grupo dos Terriers (raças de porte pequeno e médio, desenvolvidas incialmente para a caça de pequenos animais).

                Nos cães e gatos a doença não está relacionada à exposição solar, ao contrário do que acontece nos humanos. Se deve a alterações do ciclo celular, processos inflamatórios e injúrias repetitivas . Assim, não há muito o que os tutores podem fazer para prevenir.

                Geralmente há o surgimento de lesões pigmentadas, que podem se apresentar como máculas (manchas), placas e nódulos (ulcerados ou não).  Os locais mais cometidos são: cavidade oral (tumor mais comum dessa região), cabeça, dígitos (leito ungueal), tronco, membros e intraocular (mais rara). Os tumores localizados na cavidade oral e dígitos se comportam de maneira mais agressiva.

Muitas vezes, os melanomas apresentam um processo inflamatório associado, podendo ser confundidas com outros tipos de lesões cutâneas, assim como todas as demais neoplasias. Jamais devem ser diagnosticados com base apenas na aparência. O diagnóstico requer exame histopatológico, podendo a citologia ser a triagem inicial e confirmação com biópsia em laboratório especializado. Após a confirmação, deve ser feita toda uma triagem para estadiar a doença, com a realização de exames sanguíneos, radiografias torácicas e ecografia abdominal , pois é bastante comum o comprometimento dos linfonodos regionais e metástases ( principalmente em pulmão ). Isto auxiliará o clínico a decidir o melhor tratamento para o seu pet.

A cirurgia é o tratamento de eleição, e pode estar associada a outras modalidades como: radioterapia, quimioterapia, eletroquimioterapia e imunoterapia. A decisão deve ser baseada no local da lesão, tamanho e estadiamento. Muitas vezes pensamos em sobrevida com qualidade e não cura.

Como não há um método de prevenção específico, os esforços são direcionados para o diagnóstico precoce, pois, de modo geral, melanoma é uma neoplasia muito agressiva. O tutor deve levar ao Médico Veterinário sempre que notar uma lesão com as características acima citadas ou alterações na cavidade oral (salivação, odor forte, sangramento, disfagias, etc… ).

Muitas cidades, já possuem serviços especializados em ONCOLOGIA VETERINÁRIA. Um tratamento PRECOCE e CORRETO faz toda a diferença para a saúde do seu pet.

  • Por Wallingson do Nascimento, Médico Veterinário,  CRMV 4483/PR. 

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