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Eu senti na pele – Robson Medeiros

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Os bombeiros salvam vidas, combatem incêndios, estão sempre prontos para ajudar. Para ser bombeiro é preciso destreza mental e física para lidar com muitas tarefas de emergência.  Robson Medeiros, 36 anos, é bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro e usou as características da sua profissão para líder com o diagnóstico de melanoma, superar obstáculos e atingir objetivos. “Nada como um dia após o outro e Deus em todos eles”, diz. Confira a história de Robson escrita por ele mesmo:

Tudo começou em fevereiro de 2017, quando consultei um dermatologista para pedir indicação de protetor solar para uma tatuagem recém-feita. Aproveitei a consulta e pedi para a médica examinar algumas pintas, mas essa não era a prioridade. Uma delas, de nascença, na minha coxa direita, chamou a atenção da médica, que sugeriu biópsia, mas sem dar muitas explicações.

Pedi recomendações de cirurgiões plásticos e saí da consulta despreocupado, minha única preocupação era em comprar o protetor solar e evitar que minha tatuagem desbotasse. Passaram algumas semanas e a doutora ligou em casa para saber se já tinha feito o procedimento. Diante da resposta negativa pediu que retirasse o mais rápido possível, sem novamente dar detalhes do que poderia ser.

Passaram algumas semanas e me consultei com os dois médicos indicados e ambos me tranquilizaram. Bem, passaram mais sete meses e minha esposa pediu demissão da empresa que trabalhava, para assumir outro emprego. Com isso, perdemos o plano de saúde que era muito bom e aceito nacionalmente. Mas ainda teríamos um mês para usufruir do plano e, com isso, resolvi tirar a pinta.

Já era setembro de 2017 e mal sabia que ali começava meu pesadelo. Após uma semana da cirurgia, o resultado ficou pronto. Estava de férias e estava planejando viajar com a família. Assim que peguei o exame li o nome melanoma e vários outros que jamais tinha ouvido na vida. Fui imediatamente ao consultório e na mesma hora passei com o médico, que me informou que se tratava de um câncer grave e que precisaria procurar um oncologista se possível naquele mesmo dia. Da clínica, fui direto para a dermatologista que meses atrás tinha pedido a retirada daquela pinta que viria a mudar minha vida para sempre. Sai desnorteado, me sentia como se tivesse tomado uma enorme pancada.

Estava tudo tão bem e de uma hora para outra receberia a notícia de que tinha câncer. No início quis esconder a notícia dos amigos e familiares, na minha cabeça não queria que ninguém sentisse pena de mim. Porém, mal sabia que minha força viria deles e principalmente de Deus!

O golpe foi forte, mas era preciso respirar, absorver e lutar! Ser forte era minha única opção.  Sem plano de saúde, fui encaminhado pela médica do quartel para o INCA, onde faria a pesquisa do linfonodo sentinela. Chegando lá o equipamento estava quebrado. Sem esse exame, estava impossibilitado de saber se a doença havia avançado. Como o resultado da biópsia apresentava valores de Clark 4 (Breslow 3,0mm e outras índices e valores preocupantes de melanoma), comecei a fazer consultas e exames particulares, entre eles o Pet Scan com o resultado negativo para neoplasias.

Desde o diagnóstico e durante todo tratamento, sempre contei com o apoio da família e amigos. Os amigos do trabalho sabiam que eu estava sem plano de saúde, se uniram e em 3h30 arrecadaram o valor de tudo que eu havia gasto com consultas, exames e cirurgia. Foi surpreendente a união e o espírito de ajudar o próximo.

Estava tudo correndo bem, mas ainda faltava um exame, o imuno-histoquímico, que deu resultado negativo para neoplasias. Apesar das incertezas, me mantive firme e forte durante todo o processo, mas ao receber esse último exame, parecia que foi tirado um caminhão das minhas costas. Nunca senti tanta emoção. Deste dia em diante tive a oportunidade de enxergar a vida e o mundo diferente.

Hoje estou curado. Faço acompanhamento com oncologista e dermatologista a cada três meses e me sinto muito bem, tudo normalmente como antes de descobrir a doença.

Foi um período muito difícil, mas tudo foi superado. Um dia, deitado na cama durante a recuperação da cirurgia, cercado de dúvidas e incertezas com o diagnóstico do Melanoma, pedi para Deus que o final de 2018 fosse diferente e pela graça de Deus o meu pedido foi atendido. Terminava o ano bem e com saúde e para minha alegria, ainda realizaria um sonho, o de correr a São Silvestre.

E foi assim que tudo ocorreu. Os olhos encheram de lágrimas em diversos momentos da corrida, aquela vibração e energia são surreais! Não foi só uma corrida. Durante todo o percurso, eu, vestido com a camisa do Instituto Melanoma Brasil, pude homenagear cada paciente do Grupo de Acolhimento, e levar informações sobre a doença, mesmo que de forma discreta. Eu senti na pele!

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