Como saber se as pintas na pele representam algum perigo para a saúde

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Instituto Melanoma Brasil inicia campanha anual para alertar população e dá dicas de como diferenciar marcas inofensivas das que podem esconder um câncer de pele

 

Como a maioria dos tumores, o câncer de pele tem 90% de chances de cura quando é diagnosticado cedo. Fazer o autoexame de pintas e manchas é fundamental para identificar os primeiros sinais dos diferentes tipos da doença, inclusive o câncer de pele mais perigoso e letal que existe, o melanoma. Maio é o mês internacional de combate ao melanoma e para disseminar conhecimento sobre o tema, o Instituto Melanoma Brasil, ONG que atua na divulgação e conscientização sobre a doença, acaba de iniciar campanha de prevenção. Dr. Elimar Gomes, dermatologista e membro do Comitê Científico do Instituto Melanoma Brasil, esclarece dúvidas sobre pintas e dá dicas de como saber e identificar se elas representam algum perigo para a saúde.

As pintas são de origem genética ou provocada pela exposição solar? Elas surgem em qualquer idade?

Dr. Elimar Gomes: Nós, dermatologistas, chamamos as pintas de “nevos”. Sendo assim, existem dois tipos de nevos: os congênitos (quando nascemos com uma pinta) e os adquiridos (que são aquelas pintas que surgem durante a vida).  Os nevos congênitos são de origem exclusivamente genética enquanto os nevos adquiridos possuem um “facilitador genético” e o seu número aumenta com o grau de exposição solar principalmente na infância e adolescência. Justamente, neste período, surgem a maioria das nossas pintas. Normalmente elas continuam a surgir até os 35-40 anos e, depois disso, elas ficam estáveis e algumas tendem a desaparecer.

 

Pessoas com muitas pintas pelo corpo têm mais chances de desenvolver câncer de pele?

Dr. Elimar Gomes: Sim! Quanto maior o número de pintas pelo corpo maior o risco de desenvolver o câncer melanoma. Por exemplo, as pessoas com mais de 100 pintas têm um risco 6 vezes maior de desenvolver um câncer melanoma do que a população geral.

 

Toda pinta pode se transformar em melanoma?

Dr. Elimar Gomes: Sim, não é uma situação comum, mas qualquer pinta pode se transformar em um melanoma. O mais comum é o melanoma surgir de uma região da pele normal, mas, como o melanoma também tem cor escura, na maioria das vezes, ele pode ser confundido com uma pinta comum enquanto ele está pequeno. Por isso a importância do exame dermatológico e do acompanhamento das “pintas” que estiverem se modificando.

 

Como se diferencia um melanoma de um câncer de pele não melanoma?

Dr. Elimar Gomes: Na maioria das vezes, o melanoma se apresenta com uma mancha escura com cores variadas (preto, marrom, azulado) e o câncer de pele não melanoma como bolinhas brilhantes ou peroladas em crescimento ou feridas que não cicatrizam. Mas, muitas vezes, essa diferenciação é difícil, sendo necessário um exame dermatológico detalhado, dermatoscopia (examinar a pele com uma lente de aumento) ou fazer uma biopsia confirmatória.

 

Quais formas de facilitar o diagnóstico precoce de melanoma?

Dr. Elimar Gomes: A melhor forma é realizando mensalmente o autoexame da pele, seguindo a regra ABCDE para avaliar a aparência das pintas. É um método simples e prático. E identificando qualquer anormalidade, deve-se imediatamente buscar ajuda médica. A regra ABCDE funciona da seguinte forma:

Assimetria: imagine uma divisão no meio da pinta e verifique se os dois lados são iguais. Se apresentarem diferenças deve ser investigado

Bordas irregulares: as pintas são dentadas, chanfradas, com sulcos

Cor: a coloração não é a mesma em toda a pinta, há diferentes tons de marrom, preto e, às  vezes, azul, vermelho ou branco

Diâmetro: veja se a pinta ou mancha está crescendo progressivamente ou se maior que 5 mm (0,5 cm)

Evolução: mudanças da aparência ou crescimento rápido de uma pinta.

O câncer de pele é muito comum entre brasileiros e, sozinho, apresenta mais casos no País do que os outros 17 tipos de tumores, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O melanoma é um tipo de câncer de pele originado nos melanócitos – células que produzem a melanina, substância responsável pela cor da pele. Ele representa apenas 5% dos tumores malignos de pele, mas é o de maior gravidade e mortalidade devido a sua grande capacidade de produzir metástases – quando as células tumorais comprometem outros órgãos, tais como fígado, pulmões e cérebro. Para 2018, a estimativa é de 6.260 novos casos de melanoma, sendo 2.920 homens e 3.340 mulheres.

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