Elen Costa Forim, 46, empresária em Cambé (PR) teve dois melanomas cutâneos curados e hoje enfrenta um melanoma uveal, forma rara e silenciosa da doença, que se desenvolve não na pele, mas sim dentro do olho. Sua história reforça a importância da atenção contínua e da conscientização sobre todos os tipos de melanoma.

Sou Elen Costa Forim, tenho 46 anos e sou empresária em Cambé, no interior do Paraná. Minha história é rara e surpreendente. Tive três melanomas diferentes; dois melanomas de pele e um melanoma uveal, que aparece dentro do olho e é extremamente incomum.

Desde pequena sempre fui muito branca. Na adolescência, o ideal era tomar sol até “ficar morena”. Eu fazia de tudo para isso, mas só ficava vermelha, descascava e nada de bronzeado. Tanta era a vontade de “pegar cor” que cheguei a fazer bronzeamento artificial escondido da minha mãe, até que minha dermatologista descobriu e contou para ela.

 

Com o tempo, caí na real, me assumi branquela e passei a cuidar da pele de verdade. Primeiro por vaidade, para evitar o envelhecimento precoce, depois, por consciência. Hoje, o protetor solar faz parte da minha rotina, eu uso roupas com proteção e evito me expor ao sol sempre que posso.

Primeiro diagnóstico

Meu primeiro melanoma apareceu nas costas, em 2018. Consultei uma dermatologista para um tratamento estético. Ela achou uma pinta suspeita e pediu a retirada. Como já removi muitas pintas, não fiquei assustada. Mas a biópsia revelou que era melanoma.

O segundo melanoma cutâneo, no braço esquerdo, surgiu em 2020, em plena pandemia. Foi identificado graças ao acompanhamento com dermatoscopia digital, que ajuda a detectar alterações sutis. Nesse segundo diagnóstico, tive que ir sozinha ao Hospital do Câncer. Devido às restrições da pandemia, não podia ter acompanhante, e meu marido ficou esperando do lado de fora. Foi um momento difícil, mas procurei manter a calma e o pensamento positivo.

Novo diagnóstico

Em agosto passado, precisei fazer uma ressonância de crânio, não relacionada ao acompanhamento oncológico, e o exame detectou mais um melanoma. Mas não na pele e sim na úvea, a camada intermediária do globo ocular, mais precisamente na membrana coroide. Um resultado mais do que inesperado. Até então, eu nem sabia que melanoma podia aparecer fora da pele. Descobri que pode surgir em qualquer parte do corpo onde existam melanócitos, as células produtoras de melanina.

Como o melanoma uveal, também conhecido como melanoma de coroide, é uma doença rara, precisei sair de Cambé para fazer o tratamento. Em pouco mais de 24 horas, estava com tudo agendado em São Paulo (SP). No começo de setembro, fiz as cirurgias de braquiterapia, procedimento em que uma placa radioativa é colocada dentro do olho para tratar o tumor.

Ainda não sei se o tratamento deu certo. Só haverá resposta em dezembro, quando realizarei novos exames. Se o tumor estiver do mesmo tamanho, já será um bom sinal, mas o ideal é que ele já tenha começado a diminuir, até ficar apenas uma pequena cicatriz. Esse processo pode levar dois anos.

Positividade

Mesmo diante dessa incerteza, mantenho a alegria e a fé. Acredito no poder das emoções e orações.  Nos dois primeiros melanomas, as cirurgias de ampliação de margem foram curativas, mesmo o primeiro sendo mais profundo e com características piores.

Pouco antes do diagnóstico inicial, eu tinha acabado de sair do ginecologista liberada para engravidar do meu terceiro filho. E de repente me vi diante da pergunta: “Queria gerar uma vida, e talvez estejam enfrentando uma doença que pode me tirar a minha.” Mas deu tudo certo e tive uma linda menininha.

Hoje, minha maior preocupação continua sendo meus filhos.

Quando a gente se torna mãe, passa a viver um pouco como coadjuvante da própria história, mas ao mesmo tempo sente uma necessidade enorme de estar bem, principalmente pelas crianças.

Sou positiva por natureza. Sempre fui uma pessoa grata, e hoje sou mais. Dou muito valor às pequenas coisas.  Acredito que o diagnóstico precoce e a positividade fazem toda a diferença em uma doença como o melanoma.

Aprendi que se conhecer, observar a própria pele e manter o acompanhamento médico regular pode literalmente mudar o rumo da sua história. Você é muito importante para quem está ao seu lado. Se cuide, se ame.

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