O câncer de pele e melanoma em crianças e adolescentes é algo muito raro, mas isso não significa que não possa acontecer. É importante que pais e cuidadores saibam reconhecer os sinais de alerta e entender quando é hora de procurar um dermatologista.
Câncer de pele na infância: quando merece atenção
Os cânceres de pele mais comuns nos adultos, o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, estão diretamente ligados ao dano solar acumulado ao longo dos anos. Por isso, costumam aparecer apenas na vida adulta, especialmente após os 50 anos.
Quando esse tipo de câncer aparece em crianças ou adolescentes, quase sempre há alguma condição genética por trás.
A mais conhecida é o xeroderma pigmentoso, uma síndrome rara em que a pele é extremamente sensível à luz do sol. Nesses casos, mesmo exposições curtas podem causar lesões graves desde cedo, incluindo câncer de pele.
Melanoma infantil: raro, mas possível
O melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele, também pode aparecer em crianças, embora seja raro.
Algumas situações aumentam o risco, como:
- Síndromes genéticas que favorecem o aparecimento do câncer;
- Nevo congênito gigante, uma pinta de nascença muito grande, com maior chance de transformação maligna;
- Histórico familiar de melanoma ou presença de mutações genéticas associadas à doença.
Nos adultos, o melanoma costuma ser identificado pela mudança de aspecto de uma pinta existente, como descrito na regra do ABCDE: irregularidade nas bordas, variação de cor ou aumento de tamanho.
Já nas crianças, ele pode se apresentar de outro jeito: como uma lesão que não cicatriza, um nódulo ou até algo que parece uma verruga comum. Por isso, qualquer ferida ou bolinha que não desaparece deve ser avaliada por um médico.
O que muda na adolescência
Nos adolescentes, o comportamento do melanoma se aproxima mais do observado em adultos.
É nessa fase que começam a surgir múltiplas pintas e, em alguns casos, nevos atípicos, aquelas pintas maiores, irregulares e que podem mudar de aspecto com o tempo.
Por isso, é fundamental reforçar os hábitos de proteção solar e manter o acompanhamento dermatológico regular, especialmente nos jovens que tiverem pele clara, histórico familiar de melanoma ou muitas pintas no corpo.
Prognóstico e tratamento
Apesar de raro, o melanoma infantil costuma ter um prognóstico melhor do que nos adultos, desde que seja diagnosticado precocemente.
A exceção são os casos ligados aos nevos congênitos gigantes, que podem atingir camadas mais profundas da pele e, por isso, têm um comportamento mais agressivo.
De modo geral, o tratamento, que pode incluir cirurgia e outras abordagens, segue as mesmas recomendações utilizadas em adultos, com acompanhamento especializado e monitoramento contínuo.
Fique de olho
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Observe a pele da criança e do adolescente com regularidade.
- Procure um dermatologista se aparecer qualquer mancha, pinta ou ferida que mude, cresça ou não cicatrize.
- Incentive o uso diário de protetor solar, chapéu e roupas que cubram a pele e outras medidas de exposição segura.
Cuidar da pele na infância é proteger o futuro.
Conteúdo preparado com a colaboração da Dra. Bianca Costa Soares de Sá, médica dermatologista, CRM-SP 81.917 e RQE 50273.

